segunda-feira, 22 de junho de 2009

Matemática




"... No bilhete estava escrito: 'O Homem deu dízima periódica'".

Da peça Pássaro da Noite de José Antônio de Souza, interpretada por Luana Piovani


Fui gentilmente convidada por uma das pessoas mais corteses e agradáveis que já conheci, para assistir à Peça de Luana Piovani, em cartaz em Brasília neste último fim de semana. Nem tenho como dizer o quanto gostei!!! Tanto da peça quanto da companhia!!! Bom, mas eu gostaria de comentar a fala da personagem que citei acima... "O Homem deu dízima periódica."

Ontem eu falava justamente isto com meu diletíssimo amigo... Que, muitas vezes, as pessoas não se dão conta de que não podem mudar o que são, apesar de haver pequenas e sutis modificações durante a vida, somos as mesmas pessoas. Eu serei Gabrielle, até o dia em que eu morrer... Pelo menos é o que gostaria. Claro que espero melhorar um pouquinho, se for possível... Tomara que os acontecimentos façam-me obter um pouco mais de sabedoria... Mas, muitas vezes percebemos que os fatos se repetem...

Já tiveram essa sensação? De que simplesmente não saímos do lugar? Que você pensa que mudou mas, simplesmente, nada muda? É a tal dízima periódica de que falava o tal professor em seu bilhete de despedida deste mundo cruel!
É impressionante como nos deparamos o tempo todo com isto! Como pode ser que situações e pessoas nos façam ficar eternamente presos em sentimentos que não gostamos de sentir... E ficamos lá... Infinitamente, como se em algum lugar, no tempo ou no espaço, algo fosse mudar....

Não muda! Uma hora ou outra você se dará conta de que é assim:
"O Homem deu dízima periódica", e você e sua vida também, meu querido! E, ao menos que você tome alguma atitude para acrescentar mais um número à sua conta, a fim de que na divisão não dê dízima, ela aparecerá... E você se verá em um círculo vicioso de sofrimentos e frustrações sem fim.

Então... Eu quero que minha vida não fique assim... Gostaria muito que na divisão de 2, eu obtivesse 1. E ponto! Que nada ficasse para vermos no que dá... Quantos anos mais poderíamos ficar contando casas depois da vírgula? Quantas vezes mais poderemos tentar?
O tempo foge... Voa em asas supersônicas, numa velocidade que nós humanos não podemos suportar...

Uma chance, duas, três... Mas, quantas vezes mais tentaremos e erraremos?
Será possível que deixaremos a vida passar? Na matemática dos tempos, o que podemos aprender desta operação é que a ordem dos fatos que se sucedem não altera o produto do que sentimos, mas pode ser que na sucessão das alegrias e das tristezas, você se dê conta de que o resultado não é bem o que você gostaria que fosse... Mas, TALVEZ, quem sabe, você sabendo contar novamente, não sejam subtraídos de seu viver tanto sofrimento e pesar e, na prova dos nove o que reste sejam mais risos e gargalhadas do que lágrimas e dor? Afinal, bom na vida seria mesmo obter a dízima periódica de lindos sorrisos...

Boa semana a todos!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Gabrielle,
Você sempre me surpreendendo com o seu poder criativo... De um ínfimo, mas interessante trecho da peça, você analisou, discorreu com maestria e transformou uma pequena e engraçada frase em grandes pensamentos e lições de vida... Ah, e que felicidade saber que fui parte dos seus generosos comentários. Mais uma vez ser lembrado de uma forma tão carinhosa foi um grande presente que recebi neste dia: exatamente o dia do meu aniversário. Aliás, quero ser mais exato. O meu maior presente foi ter conhecido você... Eu lhe admiro muito!
Obrigado. Paulo.

"Eu sou o mesmo livro, podes ler"...

Mudou – Taiguara “Mudou! Mudou o tempo e o que eu sonhei pra nós Mudou a Vida, o vento e a minha voz, Mudou a rua em que eu te conheci. ...