segunda-feira, 31 de agosto de 2009

E por falar neles...







E por falar em sapatos...
Não sei porque eu ando pensando tanto nos pés... E nos sapatos.
Acho que é por causa das muitas dores que tenho sentido. Não só nos pés como em todo o corpo.
Mas, como são eles os sustentadores de todo o nosso corpicho, as dores que os afligem eu percebo mais... Não dá para não perceber. Ela incomoda pelo simples fato de que não é possível deixar de caminhar.
Então, eu tenho pensado e repensado em modos de fazer minhas dores passarem sem precisar utilizar medicamentos.
DETESTO tomar remédios. DETESTO!
Pensava em uma determinada situação que tenho presenciado, não participado ativamente, porém, de certa forma meu coração está junto, já que se trata de alguém que amo.
Há quase 10 anos eu emagreci demais. Muito mesmo. E eu, que calçava 38/39, passei a calçar 37, de tão magrinho que meus pés estavam.
Lembro-me que naquela época estavam na moda as mules. Aqueles sapatos que são fechados na frente e abertos atrás.
Comprei umas maravilhosas. Eram beges com marfim e tinham umas flores lindas de couro na frente. Muito fofas. Usei bastante. Eram, além de tudo, muito confortáveis. Lembro-me que até comprei uma bolsa para combinar. Ambas me custaram os tubos, mas eram tão lindas, tão lindas, que não resisti. Coisa de mulher mesmo.
Passado um tempo, eu voltei a engordar. Afinal, eu consegui driblar uma anemia que me perseguia havia anos e anos, e que me custou muitas idas a médicos, muito remédio e temores de que pudesse ser algo bem mais grave.
Mas, as mules, com a volta ao meu corpo normal, acabaram por ficar apertadas. Fiquei muito triste, mas não podia mais calçá-las, simplesmente porque não cabiam mais. Os meus sapatos, que antes eram lindos e confortáveis, passaram a machucar meus pés a ponto de eu sequer conseguir sair de casa com eles.
Cheguei a guardá-los por um tempinho, só que era absurdo - e eu sabia disso - guardar calçados que não lhe cabem só porque são lindos. Minha casa, afinal, não era um Museu de Sapatos.
Eu os dei, não sem um dó danado...
Não demorou e eu achei um outro par, não tão bonito, é verdade, mas eram tão confortáveis, mas tão confortáveis, que nem pensei duas vezes: É meu, é meu, é meu e é meu!!!
Muito mais caro, é verdade. Mas, depois de um tempo o bolso se recupera.
Já, se eu insistisse em ficar com as mules antigas, tenho certeza de que meus pés sofreriam sequelas irreversíveis, e que ficariam pelo resto da minha vida, ou então me custariam anos de fisioterapia.
Eu nem tinha condições de bancar o outro par de sapatos. Eu paguei por um tempo, em suaves e homeopáticas prestações. Só que o conforto que ele me trouxe, é algo impagável. É mais um par para a minha coleção de sapatos velhos. Mas, um dia, ele foi um par novo E confortável.
Há situações assim na vida, me peguei pensando novamente.
A critaturinha está assim. O pé se modificou, os sapatos já não servem mais. Daí, experimentou outro, só que era muuuuuuuuuuuuuuuuuuuito mais caro. Até tinha como comprar, mas ia ficar endividadinha por um tempo. Pagaria... Claro que sim! Teria de se sacrificar um pouco, mas, ao cabo de tudo, ficaria livre e confortável.
Mas, não quer pagar o preço do sapato novo, não. Putz...
Calçou o velho. Pffffffffff.... Pura perda de tempo, minha gente... O pé vai doer tanto, mas tanto, tanto, tanto... E o pé quando incomoda é pior do que qualquer outra dor no mundo!!! Acaba que tudo dói também. A coluna, a cabeça, até o último fio de cabelo dói.
E daí, restarão duas alternativas: Ou vai ficar descalça, a pessoa, ou vai ter de comprar o tal calçado mais caro... Não tem jeito. Sinto informar...
Se bem, que há horas em que andar descalço é bom demais... Não é?
Liberdade!!!
Isto me faz lembrar de uma outra história... Mas, não de outro assunto.
É proverbial a minha tendência a cair. Sim! Sou como uma jaca madura: A minha atração com o chão é quase irresistível. Porém, as escadas são meus locais "preferidos" para cair. De duas uma: Ou eu gosto do chão, ou eu desejo ardentemente voar... Ainda não decidi.
É impressionante: Eu caio sem motivo aparente! Quando eu vejo, pluft! Já era!!!
E sempre que caio, eu perco um par de sapatos. Geralmente um de que gosto muuuuuuuuuito.
O último que perdi era um xodó. Um scarpin lindo que comprei na Zara. Verde, de couro prensado imitando croco. Na ocasião eu estava vestida com uma de minhas paixões. Um macacão todo de seda da Maria Bonita, verde, maravilhoso!!! Eu o encontrei perdido e abandonadinho em um Brechó, e a dona me ofereceu quase de graça porque ninguém queria. como se tratava de um item diferentérrimo, estava encalhado. E eu, espertamente, agarrei-o, pois sabia que os macacões seriam as peças tudo-de-bom da próxima temporada.
Fato é que ele é lindo!
Gente, estava eu descendo uma escada, na frente de uma loja de tecidos. O danado do sapato enganchou o salto no macacão (que furou) e eu me estabaquei. Não sei como - não me pergunte - um dos pés dos scarpins voou para bem longe, e eu caí me apoiando com a perna esquerda, cujo pé torceu.
Bom, meus avós maternos que estavam no carro logo em frente, viram a Jaca Mole cair estarrecidos diante daquele quadro dantesco... Daquele Gorila - sim, porque Mico passou longe dali, acho que fugiu assustado de tão pequeno perto daquele monstro de situação que se apresentou!
Levantei, disse que estava tudo bem - como sempre - fui lá nos cafundós do Judas para pegar o outro pé do sapato, entrei no carro, chorando, não de dor, mas por causa do sapato e da roupa que se escangalharam, e fomos ao mercado. A dor começou a aumentar e o dorso do pé ficou roxo... E eu o tempo todo calçada. O sapato estava todo arranhado, e o meu macacão furado na perna... E eu de salto alto... Não tirei.
Pessoas amadas do meu coração... Quando eu tirei o sapato, quem foi que disse que eu consegui tocar o pé no chão????????
Resultado: Bota de gesso e muletas por dez dias!!! Não foi de todo ruim, é verdade. Tive atendimento preferencial na Receita Federal e no Banco por causa das muletas... E era motivo de riso para todos os que me conheciam porque já perguntavam: Onde foi que caiu dessa vez? Como foi?
Sim, porque minhas quedas sempre tem uma história por trás, ou uma posição vexatória como companhia, e geralmente acontecem em lugares bastante movimentados, tipo: Frente do prédio mais movimentado da Faculdade na hora da saída, escadas em frente de lojas chiquérrimas, saída do metrô no horário mais movimentado... E por aí vai.
Mandei arrumar o calçado. Ficou bom. Só que nunca mais consegui calçar. Dei para minha Zimã... A Xibibi... Sortuda. Ficou com meu sapato mais amado... E um dos mais confortáveis.
Quanto ao macacão, minha mãe fez uma mágica lá e conseguiu fazer o buraco do salto sumir!!! Tadinha ficou horas a fio lá tentando arrumar jeito de fazer com que eu usasse o macacão novamente. Santa Mãezinha!!! Deu certo!!! Até hoje eu uso minha roupa linda.
Mas, o fato é que, como eu não consegui mais calçar os benditos, eu tive de arrumar alternativas para a falta deles.
Nem posso descrever como minha vida ficou mais diversificada!!! Tirando o fato de que as muletas foram um episódio muito incômodo, elas acabaram por me forçar a adquirir novos pares. Mais bonitos até. Gastei muuuuuuuuito depois disto. A cada queda é um sapato que se vai. E muitos outros que compro. E fico extremamente feliz com cada novidade. Apesar de muitas vezes chorar de raiva por causa dos que se foram e do dinheiro que acabei perdendo, e por serem objetos, muitas vezes, de grande estima para mim por razões diversas.
Fazer o que? É a vida. Ela é assim.
Eu gosto, apesar de saber que é difícil, de ter em mente que é melhor passar por certos fatos na vida do que permanecer estagnada.
Não gosto do comodismo confortável. Não gosto. Apesar de ser bem agradável por um tempo, depois o comodismo se torna extremamente desconfortável. Eu pelo menos acho isso.
Afinal, temos de andar para frente. Lembra? A vida é uma estradinha que vai se desmanchando conforme andamos. Não dá para voltar.
E, por mais caros que sejam os calçados novos, prefiro pagar o preço, me endividar um pouco para poder, digamos assim, evoluir.
Os velhos sapatos terão serventia. Já diz o ditado: "Para cada pé cansado há um par de sapatos velhos".
Então, à minha Criaturinha Amiga: "Compra! Tananan... Compra!!!"
Na torcida comigo, gente!!!
Sapatos tem conserto, sapatos que não tem são jogados fora, sapatos bons que não nos cabem servem em alguém, sapatos podem ser bons e baratos, sapatos podem ser bons e caros, sapatos podem machucar, podem esquentar, podem refrescar, podem ser baratos e excelentes, ou uma bela de uma porcaria, podem ser lindos, de design, horríveis, conservadores, coloridérrimos...
Mas, qualquer que sejam os sapatos, eles foram feitos para nos ajudar a caminhar, e não para incomodar mais do que deveriam.
Vamos lá! Pague o preço, Criaturinha de Deus!!! O bolso fica vazio por um tempo, você vai se sacrificar, mas, ao cabo de tudo, vai ver que valeu a pena...

Outra vez, comigo: "Compra! Tananan... Compra!!!"

Beijos da Sapataria da Gabi!


Mais um!!!

Sempre a Linda e Generosa Elisa!!!

Só que, amiga, eu tenho de pedir desculpas, em primeiro lugar, pela demora.

Em segundo, porque eu terei de demorar um pouco para achar os 10 Blogs para presentear...

É que aqueles para quem eu daria já tem!!! Parece desculpa, eu sei, mas é que ultimamente eu não tenho tido muito tempo para fazer visitas. Mas, acredito que logo, logo eu consigo entrar na rotina e tudo voltará ao normal.

Beijo enorme, e muito obrigada! Mesmo.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Desejos...


Aos de que tenho saudades:


A vocês todos eu desejo:


Pés descalços - Para sentir a grama fresca, a água geladinha, a fofura da areia.
Pés calçados - Com lindos sapatos.
Corpo nu - Para se salvar do calor, para ser acariciado ou, simplesmente, para se sentir mais libertado.
Corpo vestido - Com uma roupa bem legal. E confortável.
Mãos sujas - De mexer com terra, de comer um doce bem gostoso ou uma pizza enoooooooooorme com aquele queijo que estica quilometricamente.
Mãos limpas - Para acariciar a quem você ama.
Olhos livres - Para enxergar o céu estrelado.
Óculos escuros - Para não criar vincos na testa que pareçam de preocupação.
Nariz entupido - Para curtir um dia de cama e ter saudades do trabalho.
Narinas livres - Para sentir o perfume mais inebriante do Universo: Do seu Amor.
Pernas cansadas - De tanto caminhar à toa por aí.
Pernas relaxadas - De tanto ficar para o alto num dia de muuuuuuuuuuuita preguiça.
Braços livres - Para se erguerem aos céus agradecidos.
Braços cheios - Dos abraços de quem ama.

E... O melhor de tudo isso:
Tudo isso junto, com as pessoas que considera mais especiais no mundo!!!

Excelente fim de semana a todos, com meus beijos de saudades e a desculpa pelo sumiço. Foi por uma boa causa!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sapatos velhos...


Como toda mulher, eu tenho muitos sapatos. Porém eu não sou como todas as mulheres...

Sem querer se melhor do que ninguém é que eu digo isto.

Explico. É que eu tenho um probleminha sério, na minha opinião. Meus pés são grandes, tenho joanetes, a frente deles é larga e o calcanhar é estreito.

Resultado: Sempre tenho de comprar sapatos um número maior do que o que eu realmente calço, porque, via de regra, meus pés ficam machucados com sapatos novos.

Só que há um problema maior ainda. Não faz a menor diferença se eles são do tamanho certo ou maiores. Eles me machucarão de qualquer jeito. E o efeito disto são pés calejadinhos...

Costumo dizer que meus pés parecem pães de queijo: Branquinhos e gordinhos.

Bom, eu dizia mais acima que não sou como todas as mulheres. É que meus sapatos são quase todos velhos. Então, na verdade, eu tenho muitos sapatos porque eu guardo aqueles que são confortáveis como tesouros.

Mas, eu confesso que eu acabo por me torturar de vez em quando.

Certa vez eu passei em frente a uma loja e eu me apaixonei por uma sandália. Eu passava por lá quase todos os dias para namorá-la. Na época eu ganhava pouquinho, e meu dinheiro era quase todo para ajudar a pagar a minha faculdade. E eu juntei dinheiro por mais de 3 meses para poder comprá-la.

Quando eu atingi a quantia necessária fui até a loja e não tive dúvidas: Quero aquela sandália!

Ela não tinha nada de especial. Era preta, com duas tiras de couro grossas que se cruzavam na frente. Fiquei tão feliz que eu saí da loja calçada. Só que quando eu dei o primeiro passo... Aiai!!!

Aquelas lindas tiras cruzadas mais pareciam tesouras que cortavam o dorso do meus pés, beliscando-os de modo irritante. No terceiro passo, deixou de ser irritante para ser quase insuportável.

Aquela alegria toda transformou-se em uma decepção sem fim. Voltei à loja desesperada. E a alternativa que me deram foi: Deixá-lo na loja para usarem aquelas formas ajustáveis para que o couro cedesse. Duas semanas!!!

Eu? Duas semanas sem meus calçados novos???????????? Nem pensar!!!

Resoluta, fui a uma farmácia e comprei esparadrapos. Coloquei-os puros sobre os meus pés e fui que fui para o trabalho...

Gente, o negócio foi descolando, e aquela colinha que ficou, foi piorando a coisa... Quando eu cheguei em casa, meus dois pés estavam em petição de misericórdia.

Pensei em desistir das minhas sandálias, mas eu pensei: Que desaforo! Gastei uma grana suada para essa porcaria me vencer? De jeito nenhum!!!

No outro dia encharquei meus pés de creme hidratante. Bom... Aliviou a coisa, porque aí a sandália deslizava e não colava. Mas, continuou a pinçar a pele... Aquela parte gordinha do meu "pezinho"...

Então acabei por achar uma solução. Comprei micropore que não é tão grosso quanto o esparadrapo e adere muito bem à pele, e faz com que só pareça que a pele é um pouco mais grossinha. E passava, por cima e em todo o restante dos pés, bastante creme hidratante.

Nem sei dizer quanto tempo passou, mas aquela sandália é espetacularmente a mais macia que eu possuo até hoje. E ela já dura quase 10 anos. Ano que vem ela aniversaria!!! Hehehehe!!!

Fico pensando na vida, como sempre. Lógico que é necessário muitas vezes nos desfazermos daquilo que é incômodo. Óbvio.

Porém, há sentimentos que é melhor suportar por um tempo até que um dia, você nem se dá conta, nem percebe mais que aquilo lhe incomoda.

Eu tenho adotado esta tática muitas vezes. Não costumo deixar os traumas me vencerem. Eles sempre tentam. Daí eu penso: Que desaforo! Cheguei até aqui. A vida me trouxe por esses caminhos. Agora eu caí. Vai sonhando que essa dorzinha aqui vai me deixar inválida, vai! Sonha!

E eu continuo a caminhar. Ainda que mancando. Não admito parar. Só um pouco. O tempo necessário para que doa menos.

Uma das experiências mais marcantes que tive neste sentido foi quando meu pai adoeceu seriamente.

Ele foi vítima, ao meu ver, de uma barbeiragem médica sem precedentes. E acabou tendo de fazer, ao todo, 6 cirurgias decorrentes de vários procedimentos errados.

Só que no dia em que ele fez a mais séria eu o deixei deitado e eu tive a sensação de que não veria mais o meu pai e de que algo mais sério acontecia, além daquilo que nos contavam. Eu fui para casa ouvindo um dos meus cantores favoritos, o Alessandro Safina. Quando minha mãe me deixou na portaria do prédio onde eu morava e eu dei as costas para ela, eu não consegui parar de chorar. Isto foi umas 11h da manhã. E meu pai saiu da sala de cirurgia direto para a UTI às 22h30. Foi quando eu consegui parar.

O fato é que todas as vezes em que tentei ouvir o CD novamente eu tinha vontade de quebrá-lo, tamanha era a dor que eu sentia no coração. Eu me lembrava daquela sensação horrível de que iria perder meu pai. Foi um dos dias mais tristes da minha vida. Houve outros mais tristes ainda, e um último episódio foi o pior deles. Era um dia nublado e frio como o de hoje.

Fechei uma porta atrás de mim, e foi a dor mais profunda que já senti na vida. Mais uma sandália de tiras cruzadas na frente acontecendo.

Quanto ao CD, eu me recusei a continuar sentindo aquilo, já que é motivo de deleite para mim saber que tenho meu pai amado. Que ele está aqui, e está bem. E eu ouvia todos os dias, todas as horas, até que um dia eu me peguei cantando "You Come To My Senses", que é a música que eu mais amo na vida, alegremente!

Hoje continua a ser um dos CDs de que mais gosto.

Mas, os dias nublados e tristes eu não posso pegar ali na prateleira para que todos os dias do ano, até que eu me acostume a eles novamente, eles aconteçam. Eles acontecem quando querem. Será mais difícil. Mas, como eu tenho a vida inteira para que esse trauma passe - e ele vai passar -, eu curtirei os dias desse tipo. Até que eu volte a me alegrar com eles, como sempre foi.

Ontem foi um dia assim também. O de hoje está melhor que o de ontem. Pelo menos eu estou menos melancólica, com menos medo, e com mais disposição.

Sapatos velhos são tudo de bom. Mas, a sensação de comprar um novo E confortável... Ainda não inventaram nada igual. Não achei ainda não, mas eu tenho certeza de que acharei um que não me machuque...

Beijos e abraços novos e confortáveis a todos!!!

domingo, 23 de agosto de 2009

Sopra!!!


Ventos de mudanças começam a soprar na minha vida... Novamente...
Quando isto aconteceu há mais de um ano atrás, eu não tinha ideia do que aconteceria. Então, eu fiquei muito tranquila.
Mas, a brisa subitamente se transformou num furacão. E eu não fazia ideia do que aconteceria.
E minha vida foi sacudida como o vento violento sacode uma árvore de seu apego à terra.
Todos os meus frutos foram derrubados de meus galhos e as folhas todas que estavam secas, caíram e forraram o chão.
Parte de minhas raízes foram expostas e eu quase morri.
Mas, sabe? Apesar de tudo foi tão bom...
Não houve um só dia em que eu pensei que era infeliz. E nunca, jamais em tempo algum eu tive dúvidas de que essas mudanças viriam e que eram necessárias e de que elas me fortaleceriam demais.
Foi o meu Big-Bang.
Dizem que o Big-Bang aconteceu quando uma partícula minúscula tornou-se densa demais para caber em si mesma. Então, ela entrou em colapso e explodiu, expandindo-se naquilo que hoje acreditamos ser o Universo. Não se sabe ao certo o que ele é.
Mas, de tão gigantesco, pensam que ele ainda está em expansão. Crescendo, crescendo, crescendo...
Foi mais ou menos assim comigo. Inaugurei esta nova fase não agora. Ela foi sendo preparada há alguns anos já.
Estava para entar em um colapso. Engolindo minha solidão, engolindo minhas dores, minhas angústias, minhas alegrias, minha inteligência, minhas vontades... Tudo!!! E, Buuuuum!!! Explodi e me expandi em uma diversidade que só mesmo um Universo para comparar!
Não sabia o que era a vida, esta é a conclusão a que cheguei.
Sempre que relembro disto, eu penso no bendito Mito da Caverna... Não consigo me desvencilhar dele.
Bom, como toda a tempestade, aquela deu lugar à calmaria. E à necessidade de colocar tudo no lugar novamente. E, lá fui eu, determinada arrumar a casinha.
Gente! Estava tudo revirado dentro de mim!!! Mas, estranhamente, eu estava calma e em paz.
Deu um trabalhão daqueles!!! Mas, valeu a pena. A casa estava limpa, arejada, perfumada e sem coisa alguma que pudesse atrapalhar. Sem papéis velhos, sem traças, sem poeiras, sem cortinas - que era para deixar a luz higienizante do sol entrar - só ficou o espaço vazio para que o novo entrasse.
Porém, antes de adquirir mobília nova, eu havia decidido trancar a casa e partir para uma nova experiência: A de conhecimento e cultura.
Enquanto eu planejava, todavia, descansava no colchãozinho - única coisa que sobrou no meu coração - e algo lindo aconteceu!
Pela janela, alguém espiou. Todos os dias rondava meus pensamentos, por meio da voz tão familiar e carinhosa de uma amizade maravilhosa. Esse alguém bateu à porta, enfim. E era o sorriso mais lindo e dono da alegria mais verdadeira que já vi, e com uma vontade de me fazer feliz tão grande quanto a vontade que me inundou de fazê-lo feliz também.
Era como uma brisa suave que, às vezes, soprava mais forte balançando as folhagens produzindo aquele que é um dos sons mais lindos que se pode ouvir: A voz do amor!!!
Ah! Como dançamos naquele salão vazio!!! Esqueci que queria ir embora. Pode? Pode!!! De súbito eu arrumei tudo novamente para ser um lar dentro de mim: Tudo novo, novinho, com cheirinho de tinta nova. Milhares de flores brotaram no meu coração. E cores suaves, e milhares de risos e sorrisos, e muitas lágrimas também.
Começávamos a abrir os espaços para mais um alguém. E esses espaços só cresciam, e cresciam, e cresciam... Quando enfim, tudo estava pronto dentro de mim, eu chamei por esse alguém. Mas, não veio. E me calei em soluços tristes. Muito tristes. Porque esse alguém, eu sei, traria a completude e deixaria tudo com aquele brilho que só os olhares dos que amam tem.
Mas, o vento que um dia foi brisa, soprou como um furação.
Furação, não, porque os furacões dão sinais de que irão chegar. Os tornados, por sua vez, surgem do nada e são mais arrasadores.
Foi isso! Um tornado soprou em mim. Dentro do meu coração, no meu lar. E eu abri a porta para ele entrar, como pode?
Pois, foi o que aconteceu. E tudo o que eu havia construído... Ah!!! Nada ficou no lugar. Nada! Apenas a minha desolação...
Quando aquilo passou - tão subitamente como começou - eu olhei ao redor. Era estarrecedora a imagem...
Ainda estou juntando os destroços porque o que juntei em mim era mais do que para qualquer outro Amor. Era para O Amor.
Só que ouço um som familiar batendo à porta. Ventos de mudanças...
Emprego novo. Rotina nova. E, ao que parece, tudo está mudando novamente.
Estou com muito medo. É um som que me arrepia agora. Antes ele me fascinava e eu saía correndo para ver o que era. Agora me arrepia de medo.
Mas, eu vou em frente! Preciso fazer isto. Não deixarei o cansaço me vencer. Não vou!
Já tomei uma decisão. Elevarei a minha voz e direi ao vento, loucamente - sim, porque só loucos falam ao vento:
"Sopra!!!
Sopra que agora nada há de organizado que você possa destruir. Porque nada ficou no lugar. E o que ficou, você não leva. Eu levo comigo, onde quer que você me leve...
Sopra aí, ô!!!"

sábado, 22 de agosto de 2009

Tic-tac, tic-tac...


Hoje eu vi, nos meios dos entremeios das linhas que escrevi, as lembranças de esperanças que um dia eu antevi.
E, míope, enxerguei, aquilo que não pude perceber, nas vidas que sonhei.
Coloquei óculos que não eram meus, e vi o mundo por lentes que não me serviam para nada.
Nos sonhos vãos, nos vãos daquilo que não é, eu atolei o pé e lá eu parei.
E poeira do tempo acumulou-se na casa velha e rota de uma vida que nunca vislumbrei.
Lá havia vãos, e desvãos que esconderam meu rosto, e meus sonhos em vidas que não sonhei.
Hoje eu também me lembrei daquilo que jamais enxerguei, por entre empoeirados relógios que o tempo parou.
E, percebi que uma escama estava ali, diante de meus olhos, na distância ínfima das células que meu viver criou. Dentro de mim percebi, subitamente, que o tempo passou.
Estarrecida, eu caminhei por entre ampulhetas surpreendentemente vazias, e vi que, no lugar de areia, havia imagens... De olhares, de sorrisos, de abraços, de cores, de sons, e de toques sensuais, e toques de simples carinhos.
Imediatamente reconheci seu rosto no meio dos cristais. Não resisiti.
Quebrei o tempo. E caminhei por entre a fluidez dos meus pensamentos mergulhados nos seus.
Perdi o fôlego. Desfaleci. Acordada por seus aromas de saudades, e envolta em seus abraços de amor, eu parei o tempo: Destruí tudo ao meu redor.
E, alheios a tudo e a todos, simplesmente vivemos a felicidade dos que amam. Era o passado.
Foi você minha libertação. E foi você o meu sofrer. Você é a minha Saudade. Aquela que simplesmente não passa. Não vai embora.
Ilusões. De sonhos. De uma vida que já não é. De um tempo que já se foi. De uma vida que não mais se dá. De silêncios que o som do DETERMINADO tocou.
Mas, era tudo um sonho que se tornou um pesadelo. E a realidade também era ele.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Não ouço, não digo, não vejo...




Não! Já disse, não!
Que coisa!!!
Não quero ouvir o que você tem a me dizer.
E... Não!
Também não quero dizer coisa alguma.
Nem o que quero falar, tampouco o que quer ouvir.
Mas, que insistência!!!
Pode parar!
Também não quero ver o que tem a me mostrar...
Para! Para, para, para!
Nem vem que não tem!
Afinal, o que você tem a me dizer que eu já não saiba?
Que jamais mentiu, que um dia desses pensou em mim, que um dia me amou????
Hahahahaha!!!
Nem pense que eu direi que amei você todos os dias, desde que lhe conheci, que eu quis lhe fazer feliz...
E não verei seus olhos diante dos meus. Não mais. não quero ver, não verei.
E fecho os meus para que não mergulhe nos abismos que são os seus...
Vamos parar?
Chega, né?
Senão, acabaremos por nos abraçar, e os corações tornarão a bater no mesmo compasso... Não quero!!!
Então, só para você saber: Não ouço, não digo, não vejo...
Só quando Quero.

sábado, 15 de agosto de 2009

Rapazes

Desculpem-me rapazes visitantes deste Universo...
Reparei que só falei do guarda-roupas da mulher elegante e esqueci dos garotos...
Mas, redimindo-me vou lá:

  • Ternos de excelente corte nas cores preta, grafite, azul marinho e cáqui
  • Camisas de algodão brancas - milhares - e azuis claras
  • Camisas com punhos de abotoadura - ao menos duas
  • Gravatas de seda vermelha, amarela, preta, chumbo e azul de diversas padronagens, porém discretas
  • Suéteres preto e cáqui
  • Lenços de algodão brancos (muito úteis quando a mocinha se debulha em lágrimas, ou quando ocorre um acidentezinho básico com o vinho ou outra bebida qualquer)
  • Calças jeans básicas - é, aquelas índigo blue... Sabem o 501 da Levi's? Pois é, aquele modelo.
  • Calças com bolsos de alfaiataria de sarja cáquis, azul marinho e pretas
  • Camisetas de cores lisas
  • Camisas gola-pólo
  • Sapatênis
  • Tênis - discretos, por favor!
  • Sapatos sociais de couro pretos e marrons
  • Um bom par de oxfords pretos
  • Milhares de meias pretas, marrons e azul marinho
  • Abotoaduras discretas
  • Relógios: Ao menos - se puder, óbvio - 3: De pulseira de couro preta e outro marrom, e um esportivo. Caso as condições não permitam, um homem elegante sabe que há modelos de preço bem acessível e que frequentam o trabalho, bem como o churrasquinho no fim de semana... Não é?
  • Um perfume que seja sua marca registrada e que harmonize com sua personalidade
Garotos, ainda se usa:
  • Pagar a conta
  • Abrir a porta do carro
  • Abrir portas
  • Carregar guarda-chuvas
  • Ser cortez
  • Ser atencioso
  • Ser gentil
  • Ser generoso
  • Mandar flores
  • Ajudar nas tarefas domésticas - e você, que é um homem elegante, certamente sabe o motivo
  • Não jogar na cara o quanto gastou com ela... Isso, never, nunca, jamais!!!
Bom... Acho que isto é tudo. Mesmo porque, o restante do que eu disse vale para os dois...
Saber se portar em diversas situações, com delicadeza, gentileza, cordialidade, civilidade e respeito é algo primordial... Não é de homens ou mulheres. E não é frescura. Deve ser parte de ser humano. De ser gente.
Beijos!!!

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Mocinha...


Elegante, segundo o maravilhoso dicionário Houaiss:

"É adjetivo de dois gêneros que se caracteriza pela harmonia ou naturalidade na apresentação e nos movimentos; frequentado ou habitado por pessoas elegantes, requintado, seleto (diz-se de lugar ou ambiente); requintado na escolha das palavras, revelando naturalidade no modo de as dispor ou no estilo, apurado, correto, fino; moral ou intelectualmente correto, honrado, nobre; simples, clara ou engenhosa (diz-se de solução, sugestão, etc.); que ou quem revela bom gosto na escolha de suas vestes e no modo de usá-las; que ou quem revela correção e fineza nas atitudes; distinto, delicado".

Eu tenho, ao longo de diversos posts, falado a respeito de coisas de que gosto muito.
E uma delas não é material. Amo gente e atitudes elegantes.
E elegância não é necessariamente ter dinheiro ou coisas belas e caras. Conheço pessoas de pouquíssimos recursos extremamente elegantes, assim com conheço pessoas de recursos praticamente ilimitados e que são de uma breguice sem tamanho.
Elegante é aquela pessoa que sabe se portar. Não cheia de etiquetas... Cheia de atitudes verdadeiras e delicadas. São pessoas que amam com sinceridade, e que, da mesma forma, sabem demonstrar com igual veracidade que não estão se sentindo confortáveis em determinadas situações.
O modo que se veste e o modo de agir apenas reflete o que é por dentro.
Bom, dá para ser elegante de milhares de formas. Eis o que acredito que é elegante em diversas áreas da vida:

Guarda-Roupas elegante pode ter:
  • Calças pretas de bom corte
  • Pantalonas - sem exagero na largura das pernas, por favor!
  • Calças jeans básicas
  • Camisetas brancas
  • Regatas caneladas brancas
  • Camisas brancas de mangas compridas, 3/4, curtas, sem mangas
  • Treanch Coat cáqui e outro preto
  • Vestidos pretos bem básicos - um longo e um curto
  • Vestidinho branco de algodão
  • Um bom terninho
  • Cintos de diversos modelos e larguras
  • Scarpins pretos de bico fino
  • Sapatilhas douradas
  • Colares de pérolas
  • Brinquinhos pequeninos e argolas - não muito grandes
  • Lenços de seda
  • Xales levinhos
  • Óculos escuros que harmonizem com seu rosto.
A Necesseire tem:
  • Batom cor de boca
  • sombra preta
  • Lápis preto
  • Rímel poderoso
  • Perfume que é sua marca registrada
Gente elegante ouve:
  • O que lhe faz bem aos ouvidos, sem JAMAIS ferir os ouvidos alheios. Sim pois, não é porque eu gosto de Música Erudita, Jazz, Bossa e Lounge music que os outros têm obrigação de "engolir" meu gosto musical, da mesma forma que eu não tenho de aturar o Funk do vizinho.... Aiai, hein!
Pessoas assim leem:
  • Eles simplesmente gostam de ler porque sabem que é importante ser instruído. Sabe que a erudição não é luxo. É necessidade nesta selva que é a vida prática. Pessoas de intelecto desenvolvido sabem o que dizer, quando dizer, como dizer. Elas não se limitam ao que o corpo diz. Então, são mais seguras de si. Tem conteúdo e sabem que não é o tempo que lhes fará menos interessantes. Muito pelo contrário: O tempo as refina, lhes dá mais sustentação interior pois construíram com bases firmes e inquebráveis seu saber perante a vida e os acontecimentos. Elas sabem de antemão o que poderá acontecer porque já se informaram sobre aquilo de alguma forma.
Elegantes assistem:
  • Àquilo que lhes convém. Sim, porque gostam de dar boas risadas para - usando uma expressão do tempo da minha avozinha linda - "desopilar", gostam de se debulhar em lágrimas num romance bem meloso, quebrar a cabeça num suspense daqueles,visitar novas culturas em filmes não ortodoxos, de se divertir com a criançada vendo uma animação bem legal.
  • A peças de teatro. Porque sabem que o contato próximo com o artista é magnífico e que não há nada igual àquele clima gostoso de uma sala de espetáculo.
  • A shows de artistas de que gostam. Pois tem paixão por poder dançar junto ao seu cantor favorito, e gostam de encontrar no mundo mais gente que goste das mesmas coisas que eles.
Bebem:
  • Comedidamente. Não gostam de coisa alguma que lhes tire a razão. Consomem bebidas alcoólicas com o respeito que se deve ter consigo e com o próximo. Eles sabem que o ditado romano "in vino veritas" é mais que verdadeiro. Sabe que o álcool revela quem realmente são. Sim, porque elegantes se conhecem como ninguém mais no mundo. Sabem se são ciumentos, se são alegres demais, se são despudorados, violentos, amorosos... E isto tudo, sabe o elegante, é, não só revelado, como potencializado pela birita... Santa ela!!!
  • Eles não chocam pessoas que são menos instruídas que ele. Se estão no meio de uma comunidade em que não se bebe, eles não beberão, tampouco acharão ruim - os que não bebem - se estiverem em um local onde há os "chegados". E não brigarão, e nem falarão mal disto depois.
Comem:
  • Aquilo que satisfaz ao seu paladar. Sem exageros. Ok! Exageram de vez em quando. Mesmo porque até as mulheres mais elegantes tem TPM, e os homens também ficam nervosos e ansiosos. Eles comem o que o seu trabalho pode comprar. Não saem por aí gastando a rodo no restaurante que acabou de inaugurar só porque todo mundo está indo lá.
Estão:
  • Onde se sentem bem. Pode ser em qualquer lugar no mundo... Na casa mais simples ou no palácio da Rainha da Inglaterra. Os elegantes só vão onde se sentem bem. Porque sabes que ninguém é obrigado a aturar sua cara feia de desconforto...
Andam:
  • De carro se podem ter um. Do ano se suas condições permitem. De ônibus - e felizes - quando não tem como adquirir um automóvel. A pé, porque sabem que faz um bem danado. De bicicleta para relaxar. Descalços para curtir o dia... De salto para se sentirem poderosas. Com um sapato bacana para terminar de compor um visual caprichado.
Hummmm... Teria uma lista enooooorme de coisas que elegantes tem e atitudes que tomam. Mas, sabem de uma coisa?
Elegante é aquela pessoa que tem profundo respeito por si mesma. Sim! Não se trata de egoísmo não! É que só podemos dar o que possuímos. E pessoas assim tem a perfeita noção do que é possível e daquilo que é impossível para si.
Elegância não está em andar com jóias. Nem em um carro de luxo, ou ter um apartamento em um lugar nobre da cidade, ou ainda morar em uma mansão. Tampouco é usar roupas de marcas famosas, frequentar lugares badalados.
É andar por aí de Havaianas - ui, que andam carérrimas! - mas com um sorriso estampado no rosto só por entender que o dia é adequado ao que é. Se está calor, é elegante ter um leque? Sim, é! E mais elegante é não reclamar porque está quente demais. Porque o frio vem. E daí? O elegante se agasalha como pode... E como deve!
Gostam de trabalhar e são gratos pelo emprego que tem. Não ficam reclamando do chefe ou dos colegas. Quando não gostam de seu emprego, eles batalham outro condizente com suas qualificações.
Amam fazer nada. E aproveitam cada minutinho de seu descanso curtindo o que gostam e as pessoas que amam.
Elegantes sabem repartir o que tem, quando tem e se tem.
Sabem que pequenos gestos dizem muito mais do que milhares de palavras soltas ao vento. Ele simplesmente sabem ser gratos e são gentis. Sempre!
Mas, quando não dá, eles também sabem "chutar o pau da barraca". Todavia, estão sempre prontos a se desculpar quando é necessário.
Quando sofrem ofensas, eles buscam o caminho do perdão, pois sabem que não vale a pena guardar ressentimentos. Eles entendem que a melhor vingança que existe é ser feliz.
Pessoas distintas sabem que pessoas não são objetos que se possui como coisas. Que elas não tem preço, ainda que pareça. E que nada há no mundo que possa prender um ser humano a outro a não ser o amor. E eles, ainda assim, jamais usam o amor que sentem para tirar a liberdade de outro. Porque gostam de ser livres e, por isso mesmo, valorizam a liberdade alheia.
Tem os dois pés nos chão... Só que sabem como flutuar de vez em quando.
Amam amar. E ser amados. Valorizam, não para serem valorizados, mas porque tem valor. E ponto.
Amam manifestar seu carinho: Beijos, abraços, mimos, palavras... Tudo como deve ser, na medida que a ocasião determinar. O exagero ou a escassez fica por conta da necessidade do momento.
Em suma: Se elegante é tratar os outros com respeito, cordialidade, civilidade e gentileza. Porque, antes de tudo, ele gosta de ser tratado assim também. Se elegante é entender que só se faz aos outros aquilo que gostaríamos que fizessem conosco. Nada mais. Nada menos.
Eles sabem o momento exato de se retirar e a melhor forma de fazerem isto. A melhor hora de falar e a mais apropriada para se calar.
E eu, elegante que sou - Hehehehe - pararei de tagarelar... Vocês, elegantes que são - devem estar exaustos de ler algo que já estão cansados de saber há milênios... Assim, eu os deixo... Certíssima de que elegantemente saberão o que desejei dizer aqui.
Beijos e mais beijos!!!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Nota de Esclarecimento II

Esta é bem simples.
É que eu recebi um selinho muito lindo... É o "Prêmio Blog Coração de Ouro".
Uma das regrinhas é que a gente tem de indicar outros Blogs e eu tenho de confessar que ainda não o fiz.
Por dois motivos básicos:
O primeiro é que alguns que eu gostaria muuuuuuuuuito de oferecer já o tem. E acho que outros poderiam ter. Porque também cumprem papel a que se destina o Prêmio.
O segundo é que estou conhecendo alguns outros Blogs por meio desses que já o tem... E tenho encontrado Universos Outros maravilhosos...
Mas, feliz-infelizmente, quase todos tem o selinho... Pelo que muito me alegro. E vou ter de acabar indicando Blogs que já o tem.
E peço desculpas de antemão aos poucos visitantes do Universo... Não achem que sou injusta por dar a quem já tem. É que se estou oferecendo é porque acho deveras que têm um Coração de Ouro!!!
E perdoem-me pelos temterémtemtem que povoou este post!!! Hehehehehe!!!
Parece uma incrível falta de vocabulário, mas é que há verbos que são absolutamente... Verbos!!!
Beijo enorme... Desculpa, gente, pela demora, tá certo?

Vou mais leve
Fufuquices
Contra o Vicio.com
Meu Relógio Não Marca as Horas
Senta Que Eu Te Conto

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Rosas


Rosa, Rosae, Rosarum...
Acho que foi esta a minha primeira lição de Latim na faculdade... Lá pelos idos de 1998... Onze anos já... Tempus Fugit...
Já falei aqui de algumas das coisas que mais me apaixonam na vida... O ouro, as pérolas...

Hoje estou com vontade de falar de rosas...
Amoooooooo!!! Como são lindas, delicadas, perfeitas. Sua textura tão perfeita, as cores maravilhosas. Sem dúvida alguma eu sou apaixonada por rosas. São minhas flores favoritas.
Há quem ame as mais raras. Tulipas, orquídeas... Eu gosto mesmo é das indefectíveis rosas.
Tenho por hábito sempre ter, ao menos uma, no meu quarto. Elas me alegram, me dão uma sensação de que estou no meu cantinho. Sim, porque os meus cantinhos - os meus - sempre têm rosas... Nem que eu as compre na rodoviária. Faço, muitas vezes um esforço enorme para tê-las por perto.
Então, sempre que você entrar em algum lugar em que eu esteja e houver rosas, tenha certeza absoluta de que considero esse lugar a minha casa.
Seus cheiros são tão agradáveis que meus perfumes favoritos sempre tem notas de rosas.
E, outro dia, eu me lembrava do Le Petit Prince... O livro mais lindo que já li em toda a minha vida. Já li inúmeras vezes. E fico surpresa todas as vezes que leio. A tão aclamada Raposa, a meu ver, é menos importante que a Rosa do Pequeno monarca. Sua alteza a possuía como uma jóia preciosa. Ele a protegia, regava e satisfazia todos os seus caprichos, até que um dia ele se cansou, porque não entendia o motivo de ela nunca estar satisfeita.
E, por amor a ela, ele partiu, a fim de buscar respostas para as perguntas que tanto lhe angustiavam. Ele tinha aparência jovem. Mas sua alma era velha... Porque sua Rosa o consumia... Ele não conhecia outros homens... E não conhecia outras rosas. E, o mais interessante, é que ele não se mostrou surpreso quando encontrou outros de sua própria espécie, a despeito de não conhecer seus semelhantes.
Todavia, ele se entristeceu porque encontrou milhares de outras rosas em sua visita à Terra... E ficou magoado com sua Amada...
Até que apareceu a Raposa. E lhe ensinou que ela era, sim, única no Universo. E que amamos as pessoas, mas elas podem partir, e que isto faz parte da vida... Nem por isto somos menos cativos... E somos livres, ao mesmo tempo.
Aquela linda Rosa era mesmo única... Porque era simplesmente ela!!! E, mais do que ser simplesmente ela, era amada... No coração de Sua Alteza, ela era a rainha do Universo inteiro!!! E ele chorou quando viu as demais rosas porque, como dizia a Raposa, "corre-se o risco de chorar quando se deixa cativar". E ele era cativo dela. E ele não entendeu a lição da Rosa, afinal... E foi embora, mesmo assim: "É preciso suportar duas ou três lagartas, se quiser conhecer as borboletas." E ela suportou a falta que seu dono fazia só porque sabia - tinha certeza - de que ele voltaria para compreendê-la! Não é uma linda história??? Mais linda do que a história da amizade dele com a Raposa, ou com o Aviador... Porque ele enfrentou até a morte para ir ter com sua Rosa tão amada...
Hum... Que digressão mais romântica essa!!!
Bom, mas agora eu não estou muito a fim de falar deste caso de amor... Lindo, é verdade. Mas, eu quero mesmo é louvar as divinas qualidades da minha flor predileta, tão elegante e singelamente chiquérrima!!! Como meu ouro, como minhas pérolas, como batom vermelho nas horas certas, camisa branca - sempre - um sorriso verdadeiro no rosto, silêncio quase sempre, gentileza para toda a vida... Elegância...

Elegância, aliás, será tema de um próximo texto.
E vivam as rosas!!! E que minha vida seja repleta de milhares delas... Porque, gente, morta, eu não quero, não!!!
Vida! Vida sempre!!!

domingo, 9 de agosto de 2009

Pérola


Amo pérolas. Amo. Estou sempre usando. Não passo uma semana sem minhas bolinhas off white.
Gosto delas na mesma proporção de que gosto de rosas vermelhas e brancas, e de ouro..."Amo muito tudo isso"!
Pérolas são lindas, são singelas, chiques... Deixam qualquer mulher elegantérrima... Mesmo numa toada meio rock and roll, ela vai bem, se a criatura souber usar. Elas transformam um jeans com camiseta branca e sapatilhas num acontecimento... Tudo isto junto no mesmo lugar e agora, arrematado por um belo par de óculos bem grandes são a minha cara!!!
Bom, as pérolas são formadas por seres tão misteriosos quanto estranhos: As ostras.
E, dependendo de diversos fatores, elas são mais ou menos valiosas, uma vez que podem ser muito difíceis de ser encontradas e dada a profundidade em que se encontram, as cores que se deseja, as espécies do molusco, etc.
As belas bolinhas, na verdade, são defesas das ostras! O tempo todo elas sugam a água do mar e a "filtram", alimentando-se de partículas chamadas plânctons, e jogam fora a água totalmente limpa. Só que algumas vezes, nesse processo de alimentação, elas "engolem" grãos de areia.
Basta um grãozinho só, e começa a bela transformação. Durante bastante tempo - impreciso - elas ficam ali, coitadinhas, tentando se livrar do grãozinho, e ficam liberando substâncias que vão revestindo aquela minúscula partícula. Ano após ano, aquele serzinho tão esquecido no oceano prepara com todo o sacrifício do incômodo de ser invadida, uma pérola.
Pérolas são tão valiosas e únicas que chamamos coisas e palavras inusitadas de... Pérolas!
Bom, Gabrielle Chanel - minha xará mais famosa - amava pérolas também.
De origem humilde, ela sabia que a elegância está nas pequenas coisas. Talvez por isto é que ela valorizava tanto a singeleza. E as pérolas são seu maior símbolo.
Como algo tão simples em sua forma, em sua cor pode ser tão valioso?
Explico: É por causa do sacrifício das ostras.
Há um tempinho eu escrevi um texto contrapondo a razão e o coração. E disse que "o coração não conhece o sacrifício das ostras, mas orna-se de todas as suas pérolas".
E é assim mesmo. Minha razão agora lembra do trabalho delas, mas a minha vontade de me sentir bela me faz esquecer do incômodo do grão de areia. Porque as ostras moram lá no fundo do mar.
Assim, eu penso que é minha vida. Nossas vidas de mulher, de seres humanos.
Nossas almas são ostras esquecidas, muitas vezes. Que volta e meia engolem um acontecimento qualquer que nos faz desejar que aquilo vá embora, passe logo...
Daí, depois de um tempo, lembramo-nos daquilo novamente. E, de repente, vemos algo tão bonito brotar: Lembranças, amor, perdão...
Há os que, lógico, simplesmente não fazem coisa alguma. Não são produtoras de pérolas. São ostras qualquer que darão, no máximo, madrepérolas que se transformarão em botões...
Por isso é que recebo tudo com a certeza de que serei um pouquinho mais sábia a cada dia que passa.
Não quero fugir de nada. Ainda que doa, ainda que a saudade invada a minha alma, ainda que reclame, ainda que pareça ser pior do que é. Eu vou é viver... Quero dar pérolas, não quero ser botão...

Boa semana a todos!!!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Comentário ao Comentário




"Se
rá que depois dessa paz não surge um NOVO AMOR... Acho que sim!
Não sei se é impressão mas de uma semana para cá o seu tom mudou. Parece que a melancolia deu lugar a mais alegria. Isso aí!!! Esquece esse homem menina!"

Anônimo(a), 07 de agosto de 2009.

Bom... Este foi um comentário ao texto anterior... Fiquei aqui pensando sobre ele... Como sempre faço com tudo, aliás... Sou um poço de pensamento que se transforma em verbo... Digamos assim que meus pensamentos são buracos negros que habitam meu Universo...

Todo mundo sabe que penso demais da conta! E boa parte das pessoas também sabem que os buracos negros são elementos que, de tão poderosos, atraem todo o tipo de matéria- e imatéria - para seu centro, inclusive a luz. Não se sabe ao certo o que existe em seu interior. E, numa viagem muito louca, poderíamos pensar que eles sugam Universos para dentro de um Universo só deles.

Assim são meus pensamentos... Universos que sugam outros Universos para dentro de si, e lá formam-se novos Universos de palavras, ações, sentimentos...

E fiquei pensando o que de tão diferente aconteceu comigo para que recebesse tal comentário...

É... Estou alegre, sim... Mas, nunca deixei de ser feliz... Eu SOU feliz. Mesmo. E preciso, como pessoa feliz que sou, ficar triste de vez em quando.

Não se trata de esquecer um homem ou não. Trata-se de lembrar de mim mesma, e isto será motivo para um texto posterior, dedicadíssimo a Camões, para variar... Um NOVO AMOR? Quem sabe não vem de bônus nesta nova empreitada que é cada dia que acontece. Não estou procurando, não. Da mesma forma em que não estava antes do meu Amado... Não! Não estava, não!

Muito pelo contrário!!! Eu havia decidido que iria embora daqui, inclusive. Eu havia limpado meu coraçãozinho, havia feito uma faxina daquelas. E ia fechar o salão e ia picar a mula para o mundo do conhecimento. Já estava vendo, secretamente, a possibilidade de ir estudar fora, com a razão esperançosa, cheia de pique para mergulhar no maravilhoso mundo da História da Arte lá na Espanha... E, de coração limpo, um Raio de Sol entrou pela Janela... E deu uma festa de cores prismadas de cristais em mim...

Pode até ser que não conseguisse ir embora. Mas, de qualquer forma, era o que eu almejava à época. Aí, aconteceu o que eu não esperava. E eu estava também decidida que tudo seria muito diferente. Que eu não me entregaria tanto. Mas, eu sou lá mulher de fazer algo pela metade? De ter algo incompleto?

Minha cabeça não consegue conceber certas coisas. Tipo: Você tem de ser menos apaixonado que seu parceiro, mulher - ou homem, já ouvi as duas versões - tem de ser um pouco perversa, homem não gosta de mulher boazinha, etc...

E eu não concordo. Não! Mil vezes, não!!! Fala sério!!! Que bagunça, que maluquice é essa, minha gente??? Eu hein!!!

Se eu vou eu vou mesmo. Para quebrar a cara, se for preciso. Para me arrebentar nas pedras do precipício, ou para voar. Eu quero é ir!!! E eu vou!!! E eu fui. Estou certa de que dei o que pude dar de melhor. Nada mais, nada menos. O que eu podia: Fui amante, parceira, cuidei, briguei... E ainda ouvi gente me dizendo que parecia mãe do bofe... Vê se pode? Pode não!!! Só fui o que acho que uma mulher de verdade pode e deve ser. Ou o que eu posso e devo ser. Não sei ser diferente do que sou.

Cuido mesmo!!! Sou bem mulherzinha... Gosto do meu homem cheiroso, limpo, bem alimentado, delicado comigo... De fazer e satisfazer as vontades dele. Gosto de mimar, de afagar... Gosto!!! E muito!!! E se eu mudar eu deixo de ser eu mesma...

Se um dia eu tiver filhos, eu agirei como mãe deles: Vou mandar para ser obedecida, dar carinho, alimento, cuidarei meio que desesperada, colocarei de castigo, vou ajudar a fazer dever de casa, vou me descabelar de cansada por passar noites sem dormir, vou ficar envergonhada por causa dos escândalos públicos, e quando chegar em casa, aiai; Levarei passear, buscarei na escola, na casa do amiguinho, na aula de Inglês, de piano, no Ballet, no Judô, seiláoquemais, vou comprar roupas, lavar roupinhas, brigar porque ficaram sujas e agradecer a Deus dia-a-dia pelas crianças saudáveis que tenho... Eu sei que sei ser mãe também. E sei ser mulher, e sei ser esposa. Tudo em seu devido lugar. Agora, se há quem não saiba o que é uma mulher de verdade, aí, são outros quinhentos... Estou convencida - em todos os sentidos da palavra - de que sou MULHER!!!

E, sabem, eu, inclusive me desabrochava para preparar alguém, enfim, mas...

Acho, querido(a) que foi isto o que mudou em mim. Esta mulher que dormia resolveu, de repente, acordar e trazer junto consigo uma menina que estava com ela o tempo todo chamando-a para viver.

Talvez o amor que dei não tenha sido merecido. Mas, quem foi que disse que era para merecer? Eu, tampouco, mereço!!! Há o meu lado perverso, também. Sentimentos e pensamentos dos quais eu, definitivamente, não me orgulho. Mas, eles moram em mim. Assim como a mãe, a safadinha, a esposa, a amiga, a companheira... Todas estão aqui, ó, dentro de moi!!! E, non, je ne regrette rien... Rien de rien!

Ama-se, e pronto. Não é pelo que se faz, pelo que se fala... Ama-se pelo que se é! E eu não fui amada pelo que sou. Senão, qualquer coisa seria pouco para ficar comigo. Assim como eu achava que ficar perto dele não havia preço. Nem desafio difícil bastante para ser vencido. Ou vida, ou morte... Eu tomaria sua mão e iria com ele até onde fosse necessário ir. Eu não fui tida assim. E eu vou fazer o que? Lamentei... Mas, je ne regrette rien, agora. Não adianta. A vida segue seu curso.

E sabe do que mais??? Amo mesmooooooooo!!! E o amor é o que me mantém de pé!!! Viva. E a falta dele também é que me dá aquela raivazinha que faz com que eu me mova!!! Lembra??? "Move on!"

Quem foi mesmo que achou que eu estava parada???? Chorar, entristecer-se é bom para lavar a alma... E agora é um tempo bom de sorrir, até que chegue o dia de chorar novamente...

Ei, sabem de uma? Eu descobri que, além das ruguinhas ao redor dos olhos quando sorrio, também enrugo o nariz!!! Hehehehe!!! E me lembrei da música do Tony Bennett, "The Way You Look Tonight"... Amoooooooo!!!

Será que há quem goste dos "wrinkles in my noose"???? Hehehehe!!! Mas, não vale gostar só agora! Tem de ser para a vida inteirinha... E ainda me falar, lembrando de Sarah Vaughan: I Live to Love You! Ah!!! Dedicar-me todas as músicas de que gosto seria muito bom... Ray Charles - I Can't stop love You... Johnny Mathis, Nat King Cole, etc, etc, etc...

Amar justamente como é, e viver para amar nosso Amor...Putz, vou ter de dizer: Da mesma forma como amo... Ah!!! Esquece, vai...

Obrigada aí, viu??? Quem quer que seja... E vamos que vamos! A vida continua. Mesmo... E não pense que não para mim só porque as coisas não são bem do jeito como você faria. Caminhe entre minhas estrelas neste Universo... Quero ver se você vai achar a sua perdida dentro de mim...

Beijo enorme!!!


"Eu sou o mesmo livro, podes ler"...

Mudou – Taiguara “Mudou! Mudou o tempo e o que eu sonhei pra nós Mudou a Vida, o vento e a minha voz, Mudou a rua em que eu te conheci. ...