quarta-feira, 10 de junho de 2009

Razões do Coração (Ou o Coração das Razões??? )


Como eu disse ontem, eu não quero vestir o futuro... Quero, todavia, viver o momento que me é dado, mesmo porque eu não posso nutrir aquilo que não deve crescer dentro de mim...
Não quero ter esperanças, porque sei o que a razão me diz.

Mas, o coração - este verdugo - não conhece o que é racional.
Para ele 1+1 não é igual a 2. Para ele 1+1 é igual a mil!!!
O coração não entende linguagens prontas. Ele as cria. Forma em seu bojo palavras que somente ele mesmo compreende.
O coração não anda nas sombras. Ele trilha caminhos que ele mesmo ilumina.
E não enxerga estradas tortuosas. Ele mesmo endireita as veredas.
Ele não sabe onde está a água, antes, cava um poço com as próprias mãos em uma rocha.
Não sabe o que é o fogo, mas alimenta as cinzas.
Ele não sente as dores dos espinhos, colhe apenas o perfume das rosas.
Não sabe da noite, porém caminha no meio das estrelas.
Não dá ninho aos pássaros, todavia, rouba-lhes seu mais belo canto e voa livre em suas asas.
O coração não sabe das ondas, mas perscruta os abismos oceânicos.
Não conhece o sacrifício das ostras, mas orna-se de todas as suas pérolas.
O coração não toca as cordas, mas faz vibrar o violino.
Ele lança mão da própria vida, mas não conhece os limites da morte.

Assim é que, ando a existência com o coração e suas impossibilidades possíveis, pois ele se inunda do amor que, na verdade, é quem nele opera todos esses milagres.
E ouvirei o que o coração me diz, ainda que não compreenda. Somarei suas milhares de razões e as multiplicarei no Universo de minha existência.
Andarei por seus caminhos iluminados, ainda que a luz esteja fraca. Trilharei seus retos caminhos, ainda que sua retidão seja ilusória.
Esperarei pela água da rocha, mesmo que ela jamais jorre, e caminharei por cima das cinzas, ainda que queime meus pés na brasa.
Jogarei sobre meus cabelos os perfumes das rosas que meu coração não abraçou, mesmo que eu me fira com seus espinhos.
Andarei de mãos dadas com ele entre as estrelas, mesmo que de lá eu caia.
Encantar-me-ei com o canto dos pássaros e vibrarei com suas revoadas.
Mergulharei em suas ondas, ainda que eu me perca e me afogue em seus abismos.
Serei ornada com suas pérolas, e ouvirei o som de mil violinos!
Com meu coração, lançarei mão de minha própria vida, para que, maravilhada, conheça eu os limites mortais da eternidade...

Caríssimos... Tenham uma excelente quarta-feira... Véspera de feriado!!!

Um comentário:

Anônimo disse...

Gabrielle,
Se nas atuais circunstâncias você escreve maravilhosamente assim, imagine se estivesse com o coração totalmente realizado, hein? Parabéns, você descreve os seus sentimentos com uma clareza incrível. Grande abraço!

"Eu sou o mesmo livro, podes ler"...

Mudou – Taiguara “Mudou! Mudou o tempo e o que eu sonhei pra nós Mudou a Vida, o vento e a minha voz, Mudou a rua em que eu te conheci. ...