Tá, tá certo eu vou
confessar: Eu tenho sim, ciúmes de você. Tenho uma enorme insegurança que está
roendo meu coração, e você nem pode ver isso. Graças a Deus.
Esse é um dos meus grandes
medos oriundos desse triste cambalear da minha alma. Como é terrível isso de
não mais se reconhecer. Eu me olho no espelho e o pouco que eu gostava em mim
se foi. Era a única coisa que eu gostava também do meu passado. O resto eu
joguei no lixo. E o pouco que prestava só ficou guardado em poucas fotos e
dentro de mim.
Tenho, sim, ciúmes do seu
passado. Porque eu tenho também um pouco de raiva do meu, sabe? Queria que você
tivesse sido só meu. E eu só sua. Não gosto não do fato de outras terem provado
da sua doçura, de sua presteza, de seus encantos, sua mansidão. Não gosto, e
ponto.
Não gosto também do que se
passou comigo, e, muitas vezes sinto um enooooooooorme pesar por tanta coisa
ter acontecido, mesmo sabendo que foi o que me fez a pessoa que sou hoje. Tá
certo que isso não é lá grande coisa, ainda mais me olhando assim de tão perto,
a imagem está um pouco deformada, por dentro e por fora.
Se por muitas, muitas vezes
eu me detesto, imagina você. E isso me deixa insegura. E me bate um desespero
de um dia desses você esbarrar em alguém melhor. Melhor, mais bonita, mais gente
boa, com uma sinceridade mais polida e suave, menos estressada, tão doce a
amável como você, e então, você resolver que eu não sou mais alguém em que
valha a pena investir, como um carro velho que, de tantos problemas, a gente
acaba se enchendo e passa para a frente. Ou deixa para trás.
Ou ainda, talvez você se
lembre de tempos que passaram e, ao pesar e medir, possa ver que foram tempos
mais leves e menos extensos. Sim, porque, muitas vezes, parece que a gente
envelhece junto a uma pessoa de tanto que o tempo parece passar, assim,
devagar, devagar...
Amo tanto você, e dentro de
mim eu só queria você para mim. Desde o dia em que nasci até muito, muito,
muito depois da eternidade que ainda virá.
E me dá um peso no coração
quando, por vezes, pego seu olhar longe de mim, ou percebo que sua alma também
se distancia. Por qualquer motivo.
Temos necessidade de ficar a
sós em muitos momentos, para não deixarmos de ser nós mesmos. Eu sei disso.
Mas, fico insegura com seus momentos de solidão com medo de você pensar demais
na vida que agora leva e achar que ela não é lá essas coisas.
Eu acho essa minha nova vida
muito boa. Muito mesmo. Apesar do cansaço, apesar das dificuldades que
enfrentamos para manter de pé tudo o que construímos até agora. E para manter
de pé os sonhos que já estão dentro de nós e dos que ainda virão. Fico feliz a
cada dia que acordo e tenho você ao meu lado. Gosto do conforto imenso que você
me traz. Acho maravilhoso ficar com a nossa filhinha entre nós nesses momentos.
E me encanto todas as vezes que você sorri ou que ela está consigo brincando e
lhe fazendo um carinho.
Você é minha cama e ela meu
cobertor... São vocês que me recuperam do cansaço cotidiano, e enchem meu
coração de alegria. Me dão alento e me levam a um mundo de sonho que eu pensei
jamais encontrar na vida.
E eu quero que tudo continue
nesse lugar. Por isso mesmo que os ciúmes me pegam assim, desprevenida, como se
tudo fosse evaporar como um sonho muito bom em meio a uma noite de tempestades.
Um comentário:
Lindo texto Gabi! ^^ E pode ter certeza, você não é a única. Quanto mais se ama, maior o medo; a insegurança. Até me pareceu frase de música sertaneja isso, mas é verdade. hehehehe.
Beijos!
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