...e tá tudo bem! Esse é o novo bordão que temos utilizado ultimamente. E, gosto dele. Muito!
E, começando com ele, dou início a uma pequena pausa aqui na minha jornada, para olhar um pouco para todo o caminho que já percorri. Muitas vezes, acho este espaço aqui meio egoísta, sabe? Falo tanto de mim. Tenho falado, na verdade. Porque já discorri muito sobre amores e amores. Amor que acabou, amor que começou, amor que nasceu, enfim...
E já escrevi sobre os papéis que entendi que desempenho nesta existência e na confusão mental em que me achava na escrivaninha e que precisava organizá-los e achar o que melhor se encaixaria neste palco da vida, no qual desempenhamos muitas personagens. Consegui, de certa forma, compreender que temos muitos papéis, não um só a representar... e tá tudo bem!
Tudo bem, desde que sejam representados com verdade, que se coloque para fora aquilo que realmente sinto se é. Mas, não tá tudo bem quando estamos tristes e abrimos um sorriso para agradar os outros e eu, pelos menos, tenho cada vez mais me sentido mal ao fazer isso.
Entendi que a jornada até os 30 anos foi muito difícil pois, até lá eu vivia quase que exclusivamente para agradar os outros. Depois dos 30, eu fui em busca dos meus sonhos tão intensamente que, quando consegui o que mais desejava, me perdi. Fiquei sem ter o que buscar para o futuro e precisei entender que tudo bem desejar e sonhar mais. Achava que isso era ingratidão.
E aí, eu compreendi que nada como a vida para ensinar. E estou, durante esses dias, durante esta pausa de revisão da minha jornada, pensando muito sobre o Amor. Claro que não sem um bocado de sofrimento...
Aprendi, por exemplo, que a gente ama cada pessoa de um jeito. E não significa que amemos mais uma do que a outra. Só é diferente.
Também aprendi que podemos ter mais ou menos afinidade com as pessoas e amarmos, mesmo aqueles com quem não temos afinidades. Na verdade, podemos sequer desejar conviver com uma pessoa e, ainda assim, amá-la. Às vezes, é justamente para preservar o amor que nos afastamos.
Aprendi que só temos um amor da nossa vida. Aquele a quem podemos dizer: "Você é 'O' Amor da Minha Vida"! Essa é a pessoa com quem temos tudo de melhor aflorado perto dela: nossa alegria é mais alegre, o sexo é maravilhoso e pode ir do quente ao afetuoso com a mesma intensidade e devoção. Nossos atos e palavras são mais sinceros e puros, nossa verdade é colocada totalmente nua e se conseguimos nos entender só de olhar, por meio de pequenos gestos e se sente livre para dizer o que pensa, sente, quer, gosta ou não, sabendo que um não ficará melindrado com o outro. Estar sem essa pessoa é impensável, não é uma opção.
Mas, também aprendi que nem sempre alguém ser o amor da nossa vida obriga que sejamos o amor da vida dessa mesma pessoa. Pois é... acontece... e tá tudo bem!
O importante é saber que deve haver liberdade e saber que, ainda que aconteça de aquela relação com o Amor da Vida acabar, ainda que não seja uma opção nossa, a liberdade é algo sagrado e cada um tem o direito de tentar, a seu modo, ser feliz com suas escolhas. Ainda que saibamos que aquela outra pessoa pode quebrar a cara, ser infeliz e que o tempo vai passar e não vai mais voltar atrás. Ainda assim, é a melhor escolha. Ou, mesmo que ainda que essa pessoa consiga ser feliz sem você e viva uma vida plena de alegrias e realizações das quais você nunca participará, ela é livre!
Aprendi que muitas vezes, mesmo que ambos sejam o amor da vida um do outro, nem sempre ficarão juntos e sempre carregarão um vazio dentro de si, por que são a parte que falta um do outro. Acostumamo-nos a viver sem isso, segue, toca o barco e anda pra frente. Afinal, a vida tem de acontecer.
Muitas vezes, a relação a dois é boa, ambos se amam, mas falta algo nesse caldeirão no qual, quando falta algum tempero, a coisa desanda e não dá mais para continuar.
Aprendi também, que o amor em si não é o bastante para alguns tipos de relação e convivência. E que há vários tipos de amor: existe o amor que sentimos pelos nossos pais, o amor que sentimos pelos nossos irmãos, pelos filhos, pelos amigos, pelos companheiros, namorados, cônjuges, pelos animais e natureza em geral, pelo trabalho, pelos amigos, lugares e tempos.
Só conheci e senti um amor que jamais mudou com o tempo dentro de mim e para mim: o do Eterno, em Cristo. Os demais, com o tempo, sempre mudam, sempre se transformam, aquietando-se, aumentando, esfriando... e não quer dizer que deixam de existir. Podem até morrer. O que não quer dizer que deixem de existir, mais ou menos como uma pessoa que parte desta vida e fica somente a lembrança. Se há a lembrança, ela ainda existe em nós.
Já tive de matar amores dentro de mim. E, alguns, até mesmo colocar no tal do "arquivo morto" do coração. E eu fico pensando no motivo pelo qual eu teria de lançar no mar do esquecimento qualquer desses amores que já passaram por minha vida. Pois, se somos frutos do que sentimos, pensamos, da forma como agimos perante isso, por que eu quereria lançar fora de mim? Afinal, tudo principia no pensamento, no coração para jorrar como ações, palavras e gestos e tudo isso é a vida!
Então, percebi aqui nessa pausa, que devo honrar os muitos amores que tive. O que é "O" Amor da Minha Vida. O que amo de modo constante, fiel e leal, doce e gentil, o que veio das minhas entranhas e é tão forte que sinto que perpassa o tempo e, se é possível, aumenta tanto que fica maior que eu a cada dia que passa, há os amores que me deram a vida, os que estiveram comigo a vida inteira. Há os que eu conheci ao longo do caminho e se perderam. Há os que foram perversos, há até o maldito... Há os que vieram, ficaram e ficarão para sempre. E há os que virão com o tempo.
Aprendi, aprendo e aprenderei sempre com o Amor... Porque ele é tudo. Até o tempo que passa, que nos faz entender a vida e que, por mais que doa a separação, o esquecimento ou qualquer coisa que o arranhe ou fira, eu fico com o conselho do Profeta de Gibran: cedo à espada oculta sob as asas do Amor, porque foi ele quem me salvou, salva e salvará da maneira que for.
Prefiro viver a vida amando do que uma vida sem amor: árida, triste, sem cor. Prefiro bater uma porta às minhas costas e quase morrer de dor, do que passar uma vida sem conhecer o que é amar sem medida, me aconchegar nos braços de quem amo, rir sem parar, chorar, me chatear e, mesmo assim, sonhar com um futuro lindo que não se concretizou.
Prefiro escolher amar, viver e sentir-me amada. E esse amor gerar um fruto maravilhoso, terno, gentil, inteligente, amável e doce. Digo que senti o peso da mão do amor dos meus pais e prefiro ter sentido isso do que ter sentido o peso de uma vida desgraçada e sem rumo. Já briguei e já fiz as pazes com os meus irmãos, e senti que o amor por eles nunca acaba.
Já amei sinceramente amigos que me desprezaram. Amo amigos que foram para longe, mas que estão aqui, pertinho do coração e se fazem mais presentes que muitos dos que estão por perto.
Já amei bichinhos que partiram e levaram um pedacinho de mim, mas encheram minha vida de alegria infinita! E sinto o amor em tudo e todos que estão ao meu redor. Seja por mim ou o amor que sentem em si. Eu sinto.
Sinto o amor do Criador em tudo, especialmente no Amor que transbordo. E vivo para o Amor e pelo Amor! Como eu amo!!! Amo de todo o meu coração e nunca amo pela metade.
Porque sou toda amor, da cabeça aos pés e tudo o que faço - seja o que for - tem ele ali... E aprendo todos os dias e aprenderei sempre com ele. Porque não há medida dele em mim que possa ser suficiente. Ah! E eu estou aprendendo todos os dias a me amar mais. Esse, sim, é o aprendizado mais difícil...
E vou seguindo, porque amar é mito bom. Mesmo quando é ruim.
...e tá tudo bem!😌😌😌😌
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